Desde o início de seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem investido intensamente em sua política externa, acumulando mais de 100 dias fora do país em compromissos internacionais. As viagens internacionais de Lula têm como objetivo principal reforçar a imagem do Brasil no cenário global, reatar laços diplomáticos e atrair investimentos estrangeiros. No entanto, o elevado número de dias fora do Brasil já provocou questionamentos por parte da oposição e da sociedade sobre o equilíbrio entre presença internacional e atenção aos problemas internos.
As viagens internacionais de Lula foram marcadas por participações em cúpulas multilaterais, encontros bilaterais com líderes globais e fóruns econômicos. Desde janeiro de 2023, o presidente visitou países da América Latina, Europa, Ásia e África, passando por mais de 20 nações. Para o Palácio do Planalto, a estratégia é recolocar o Brasil como um protagonista nas discussões sobre clima, democracia e desenvolvimento sustentável. As viagens internacionais de Lula, nesse contexto, são vistas como uma reconstrução da diplomacia brasileira após o isolamento do governo anterior.
Críticos, no entanto, argumentam que as viagens internacionais de Lula têm sido excessivas e afastam o presidente dos desafios internos urgentes do país. Questões como o combate à pobreza, a segurança pública e a crise fiscal demandam atenção constante do chefe do Executivo. Para esses setores, a prioridade deveria ser o enfrentamento dos problemas domésticos, em vez de uma agenda internacional tão intensa. As viagens internacionais de Lula, embora importantes no campo simbólico e diplomático, despertam dúvidas quanto à real efetividade para a população brasileira.
Apesar das críticas, analistas políticos apontam que as viagens internacionais de Lula têm produzido resultados diplomáticos relevantes. O Brasil voltou a ser ouvido em fóruns ambientais, como a COP, e retomou seu protagonismo no G20 e no BRICS. Além disso, as viagens internacionais de Lula possibilitaram acordos de cooperação técnica, parcerias comerciais e investimentos estrangeiros diretos, especialmente nas áreas de energia renovável e infraestrutura. O governo aposta que esses frutos compensarão, no médio e longo prazo, a ausência momentânea do presidente no território nacional.
As viagens internacionais de Lula também são estratégicas no sentido de construir alianças para candidaturas futuras do Brasil em organismos multilaterais. Um dos principais objetivos da política externa atual é garantir maior representatividade do país em conselhos de decisão da ONU e consolidar sua imagem como líder regional. Nesse sentido, as viagens internacionais de Lula não apenas cumprem função diplomática, mas são ferramentas de uma política de inserção global ambiciosa e de longo alcance.
No aspecto financeiro, as viagens internacionais de Lula também têm sido alvo de questionamentos. Parlamentares e setores da mídia pedem mais transparência nos custos dessas missões, incluindo despesas com comitivas, hospedagens e logísticas. O governo argumenta que os investimentos em diplomacia são menores do que os benefícios que poderão vir por meio de acordos econômicos e reconhecimento internacional. Ainda assim, o tema das viagens internacionais de Lula permanece sensível ao debate público e político.
Internamente, a equipe de Lula busca contornar as críticas enfatizando que as decisões estratégicas do governo continuam a ser tomadas mesmo com o presidente fora do país. Ministros e assessores acompanham de perto a agenda doméstica, e o uso de tecnologia permite que o presidente mantenha despachos e reuniões mesmo à distância. Ainda assim, as viagens internacionais de Lula impõem desafios à comunicação do governo com a população, que muitas vezes associa a ausência do presidente a um distanciamento das realidades do cotidiano brasileiro.
Com mais de 100 dias acumulados no exterior, as viagens internacionais de Lula seguirão sendo um dos aspectos mais visíveis e discutidos de seu terceiro mandato. Se por um lado elas demonstram uma tentativa de recolocar o Brasil no mapa das grandes decisões globais, por outro alimentam críticas quanto às prioridades do governo. A habilidade em equilibrar diplomacia e governabilidade interna será decisiva para que as viagens internacionais de Lula não sejam vistas apenas como símbolo, mas como instrumento real de transformação para o país.
Autor: Gregorya Lima