Stella Assange, com quem fundador do WikiLeaks se casou na prisão em 2022, disse estar confiante de que ele ficará em liberdade após audiência, que acontecerá nas Ilhas Marianas, território norte-americano no Pacífico.
A esposa do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, que deixou a prisão no Reino Unido na segunda-feira (24) após um acordo com a Justiça dos Estados Unidos, afirmou que seu marido pedirá perdão ao governo dos Estados Unidos e será um “homem livre”.
Na segunda-feira, Assange, que estava preso no Reino Unido, pegou um voo para as Ilhas Marianas, território norte-americano no Pacífico, após chegar a um histórico acordo com os EUA, no qual reconhece a culpa e recebe liberdade da Justiça dos EUA, que pedia sua extradição à Justiça britânica.
“Existe um princípio de acordo entre Julian e o Departamento de Justiça do país, que deve ser ratificado por um juiz das Ilhas Marianas”, declarou Stella Assange à rede britânica BBC. “Ele será um homem livre depois que o acordo for ratificado pelo juiz”.
Segundo o WikiLeaks, um juiz das Ilhas Marianas deve ratificar o acordo na quarta-feira (26),
À BBC, Stella Assange destacou que o acordo determina que seu marido se declare culpado de uma única acusação. “A acusação diz respeito a atos de espionagem e obtenção e divulgação de informações sobre a defesa nacional”, disse.
“Estou exultante. Francamente, é simplesmente incrível”, afirmou a esposa.
Stella Assange, com quem o fundador do WikiLeaks se casou em 2022 na prisão, está na Austrália, país onde Assange nasceu e para onde ele pretende ir após o acordo.
Julian Assange alcançou um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para se declarar culpado em troca da liberdade depois de passar cinco anos preso no Reino Unido, segundo documentos judiciais publicados na segunda-feira.
O australiano deixou a penitenciária de Belmarsh, em Londres, e embarcou em um voo no aeroporto de Stansted.
“Não tínhamos certeza até as últimas 24 horas de que isto realmente estava acontecendo”, afirmou Stella Assange à BBC. “O importante aqui é que o acordo envolve um tempo de prisão cumprido que, se ele assinasse, poderia sair livre”, explicou.
Perseguido pelas autoridades norte-americanas por ter divulgado centenas de milhares de documentos confidenciais, o australiano deve comparecer a um tribunal federal na quarta-feira às 09h (20h no horário de Brasília) nas Ilhas Marianas.
Stella Assange disse à BBC que o fim do processo legal que durou anos, quando seu marido embarcou em um avião de Londres para Bangcoc na segunda-feira, foi um “turbilhão de emoções”.
“A prioridade agora é que Julian recupere sua saúde”, declarou Stella Assange, com quem o fundador do WikiLeaks tem dois filhos.
“Ele está em péssimo estado há cinco anos e deseja ter contato com a natureza. É isso que ambos queremos agora, ter tempo e privacidade, e simplesmente começar este novo capítulo”, concluiu a advogada de 40 anos, que nasceu na África do Sul.