Impostos e inovação: Como o FMI quer transformar o impacto energético das criptomoedas e da IA

Gregorya Lima
Gregorya Lima
Renzo Bahury de Souza Ramos

À medida que o mundo avança e o consumo de eletricidade cresce, uma solução evidente seria o desenvolvimento de novas fontes de energia. No entanto, conforme o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, o Fundo Monetário Internacional (FMI) apresenta uma proposta alternativa: aumentar os impostos para mineradoras de criptomoedas e empresas de Inteligência Artificial (IA). Essa medida visa desincentivar o alto consumo de energia desses setores, que têm gerado preocupações ambientais e econômicas.

Leia para saber mais!

Qual é o impacto do consumo de energia das criptomoedas?

O consumo de energia das criptomoedas tem sido um ponto de preocupação crescente. De acordo com o FMI, uma única transação de Bitcoin consome a mesma quantidade de eletricidade que uma pessoa média em Gana ou no Paquistão usa em três anos. Esse alto consumo energético é comparado a uma máquina de escrever versus um computador moderno. 

Com a mineração de criptomoedas crescendo, o setor pode consumir até 6% da energia global em três anos e contribuir com 2% das emissões de CO2 até 2027. O FMI acredita que um aumento de impostos sobre essa atividade pode ajudar a mitigar esses impactos. Além disso, a crescente demanda por criptomoedas e sua volatilidade de mercado intensificam a pressão sobre os recursos energéticos, exacerbando os desafios ambientais associados à sua mineração.

Conforme elucida Renzo Bahury de Souza Ramos, a implementação de impostos mais altos poderia levar à inovação dentro do setor, incentivando a busca por métodos mais eficientes e menos poluentes de mineração. Ao tornar a mineração de criptomoedas menos lucrativa devido aos custos elevados com impostos, as empresas podem ser forçadas a investir em tecnologias mais verdes ou até mesmo considerar alternativas mais sustentáveis para suas operações.

Como a inteligência artificial contribui para o problema?

Os centros de dados que suportam as tecnologias de IA também são grandes consumidores de energia. O FMI aponta que as consultas ao Chat GPT, por exemplo, demandam 10 vezes mais eletricidade do que uma simples pesquisa no Google. Com o crescimento da IA, os data centers que suportam essas tecnologias estão gastando mais energia do que a mineração de criptomoedas, e essa diferença deve aumentar. 

Conforme evidencia Renzo Bahury de Souza Ramos, os impostos propostos visam reduzir o consumo e incentivar a adoção de práticas mais sustentáveis no setor. Além disso, a rápida expansão da IA e a demanda crescente por processamento de dados podem levar a um aumento ainda maior no consumo de energia, agravando o problema a longo prazo.

A introdução de impostos sobre o consumo energético dos data centers poderia acelerar a inovação em eficiência energética e promover o uso de fontes de energia renovável. Incentivos fiscais para investimentos em tecnologias verdes poderiam ajudar a mitigar o impacto ambiental da IA, contribuindo para uma redução geral nas emissões associadas a essas operações.

Qual seria o efeito de aumentar os impostos?

O FMI sugere que um imposto direto de US$0,047 por quilowatt-hora poderia forçar a indústria de mineração de criptomoedas a reduzir suas emissões. Com o aumento dos custos associados à poluição do ar, a alíquota poderia chegar a US$0,089, resultando em um aumento significativo nos preços da eletricidade para os mineradores. Esse imposto, além de ajudar a reduzir as emissões, poderia gerar uma receita anual de US$5,2 bilhões para os governos, um valor relativamente pequeno comparado às arrecadações totais, mas importante para restringir a expansão dessas indústrias. O FMI também sugere que a combinação de impostos com créditos para energia renovável poderia melhorar ainda mais a situação.

De acordo com o tributarista Renzo Bahury de Souza Ramos, esse aumento de impostos poderia ter um efeito duplo: desincentivar o consumo excessivo de energia por parte dessas indústrias e estimular uma maior transparência e responsabilidade ambiental. Com a receita gerada pelos impostos, os governos poderiam financiar projetos de inovação em energia limpa e expandir programas de sustentabilidade. A chave para o sucesso dessa estratégia será garantir que os impostos sejam justos e eficazes, incentivando melhorias sem sufocar a inovação tecnológica.

O caminho para um futuro mais sustentável: a proposta do FMI e seus efeitos

Em resumo, a proposta do FMI de aumentar impostos para mineradoras de criptomoedas e empresas de IA reflete uma abordagem inovadora para lidar com o crescente consumo de energia e suas implicações ambientais. Enquanto a solução de impostos pode parecer uma medida drástica, ela visa direcionar essas indústrias para práticas mais sustentáveis e reduzir o impacto ambiental de suas operações.

 O sucesso dessa proposta dependerá da implementação eficaz e da colaboração entre governos e setores privados para promover uma transição mais verde e responsável. Além disso, a estratégia pode abrir espaço para novos modelos de negócios e tecnologias que priorizam a eficiência energética, contribuindo para um futuro mais sustentável.

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